quinta-feira, 30 de abril de 2009

Os bebês, os brinquedos e as brincadeiras



O mercado lança, todos os anos, uma infinidade de produtos voltados para as crianças pequenas. Quando entramos numa loja de brinquedos nos deslumbramos diante de tanta variedade e, quando o assunto é brinquedo para bebês, são inúmeros objetos coloridos, que produzem sons, tapetes sensoriais, mordedores, caixas de atividades, entre tantos brinquedos maravilhosos e encantadores que ficamos perdidos, sem saber o que é melhor comprar!
O bebê desenvolve sua inteligência a partir de suas sensações (do que recebe através de seus sentidos) e de suas ações sobre o ambiente que o cerca. Por isso, são interessantes todos os objetos que estimulem os sentidos e a ação da criança – mesmo que esses objetos nem tenham sido criados para serem brinquedos... Bebês vão gostar de levar à boca diferentes texturas, experimentar objetos duros, macios, lisos ou porosos; vão gostar de bater, sacudir, fazer barulhos, derrubar, tampar e destampar, desencaixar e encaixar, apertar botões, puxar, abrir e fechar portinhas, encher e esvaziar recipientes. As bacias e os potes plásticos, que utilizamos nas cirandinhas, são um bom exemplo de objetos simples, que os bebês podem utilizar de diversas maneiras: servem para bater como tambor, encher e esvaziar com brinquedinhos menores, rodar no chão, esconder o rosto para brincar de “cadê-achou”. E as crianças inventam seus próprios usos: algumas crianças, quando começam a engatinhar, descobrem até que, apoiando as mãos na bacia virada, conseguem deslizar e locomover-se muito mais rapidamente pelo salão!
Outro brinquedo que dá asas à exploração dos bebês são aqueles copinhos coloridos, de tamanhos diferentes, que se encaixam uns nos outros. Com eles, as crianças brincam de fazer e de derrubar pilhas, de encaixar e desencaixar, batem um contra o outro, e mais tarde, eles podem também ser levados para a areia ou para o banho. Ao brincar com copinhos que se encaixam, tentando colocar copos grandes dentro de copos menores, experimentando, agindo, os bebês vão acumulando experiências concretas, que são a base de um futuro pensamento simbólico, segundo Piaget.
Os brinquedos de causa e efeito também são interessantes – e o bebê vai adorar mostrar suas novas habilidades para produzir um resultado, como bater para produzir um determinado som ou abrir uma tampa para fazer pular um bonequinho.
Os bebês são também apaixonados por bolas! E elas são muito estimulantes, sempre rolando e convidando as crianças a seguirem atrás delas. Para quem está querendo se arrastar, começando a engatinhar ou a dar os primeiros passinhos, ver uma bola bonita se mover um pouquinho mais para longe é um chamado, uma verdadeira tentação a motivar rumo a novos horizontes.
Porém o melhor brinquedo de todos, o insubstituível, será sempre o adulto que brinca! Qualquer brinquedo será iluminado se um adulto disponível o fizer brincar. O encontro com outros seres humanos – adultos e crianças – que se expressam, se movimentam, possuem rostos que exprimem sentimentos, pessoas com quem o bebê estabelece vínculos de afeto – são muito importantes para o desenvolvimento do bebê, que é um ser social, desde seu nascimento. (Já repararam como muitas vezes o brinquedo se torna atraente no momento em que o mostramos? Ou quando está em poder de outra criança? A outra criança brincando é que dá valor ao brinquedo.)
E para brincar com bebês nem é necessário ter brinquedos. Eles vão adorar brincadeiras de esconder e reaparecer, os joguinhos corporais, como dedo mindinho, seu vizinho e aquelas brincadeiras mais características dos papais, como fazer grandes balanços, impulsionar o bebê para cima ou rodar com o “aviãozinho” nos braços! Deitados no chão, podemos nos transformar em escorregador, cavalinho, enfim, podemos ser verdadeiros parques de diversões para os bebês, só que seremos sempre parquinhos com colo macio, fartos em beijinhos e canções e muito, muito afeto. Nas boas brincadeiras a dois, os brinquedos não vão passar de meros coadjuvantes.

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